quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Voltaremos a crescer, diz Vasconcellos, do Peixe Urbano

Depois da moda das compras coletivas, site muda e tenta se reinventar para manter crescimento

Alexander Tabor,  Júlio Vasconcellos e Emerson Andrade, do Peixe Urbano
Eduardo Monteiro
No auge da febre das compras coletivas, mais de dois mil sites do tipo surgiram no mercado com a promessa de crescer sob este modelo de negócios. O Peixe Urbano carregava a vantagem de ter sido pioneiro. Em pouco menos de um ano, eram mil funcionários em escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo trabalhando para encontrar descontos e ofertas aos usuários.

Nesse meio tempo, quase todo mundo que se arriscou a comprar um cupom em qualquer site de compras coletivas teve uma má experiência de atendimento. Estabelecimentos lotados, atendimento menos atencioso e até produtos abaixo da média causaram, no mínimo, uma crise de imagem.

Do outro lado, muitas pequenas empresas, como clínicas e restaurantes, passaram a ver o modelo de ofertas como menos vantajoso. Atendiam mais clientes, com preços menores, e muitas vezes tinham consumidores insatisfeitos. Com cliente e empresa menos animados, foi preciso rever o modelo e seguir uma nova estratégia.

Seguindo a tendência do Groupon, que estreou o modelo no mundo, o Peixe Urbano fez ajustes no modo de operar para recuperar a confiança do consumidor e voltar a crescer. Hoje, com 400 funcionários, o site já fala em voltar a crescer, depois de uma crise do final do ano passado. “Qualquer coisa muito nova, especialmente em tecnologia, espera-se que vá evoluir muito. Quando começamos em março de 2010, a gente nunca imaginou que ia ficar daquela forma por muito tempo”, explica Julio Vasconcellos, um dos fundadores do site.

Hora de mudança

A primeira parte da nova estratégia do site foi mudar o formato das ofertas. Agora, são várias ofertas ao dia, por cidade, que ficam disponíveis até por semanas, evitando a “compra por impulso”. “A gente trabalhava naquele modelo clássico da oferta por dia, ficava 24 horas, e você tinha um número mínimo de compradores, para garantir para o parceiro. Isso funcionava muito bem quando era novidade, divertido, coisa legal. Logo que a gente foi de 10 mil usuários para 100 mil e depois 1 milhão, não fazia mais sentido ter uma oferta por dia”, explica.

A transição de compra coletiva para e-commerce local, no entanto, não foi tão simples quanto o mercado previa. “Em um segundo momento, em 2012, começamos a ver que o número mínimo não era relevante, quase todas as ofertas batiam esse valor. O coletivo começou a se tornar cada vez menos relevante e a gente implementou o número máximo, para garantir a qualidade. Você colocava uma ótima oferta e vendia demais, e as pessoas não eram bem atendidas, e começamos a ter reclamações de qualidade de serviço”, diz.

Entre uma mudança e outra, que Vasconcellos diz serem naturais de startups, a empresa fez três aquisições. Entre fevereiro e março de 2012, adquiriu a empresa de delivery online O Entregador, a operação da América Latina do Groupalia e o site de reservas em restaurantes Zuppa. Naquele momento, já falava em ser “a maior empresa latino-americana no âmbito do local commerce”. Com investimentos de vários fundos de investimento, como Morgan Stanley, T. Rowe Price Associates, General Atlantic e Tiger Global Management, no final de 2012, as notícias deixaram de ser tão otimistas. Analistas de mercado cogitavam o fim da empresa, que estaria demitindo vários funcionários e com dificuldades financeiras. 

Vasconcellos garante que o resultado do ano passado foi proporcional ao crescimento da economia. “2012, de fato, foi um ano em que o Brasil como um todo cresceu muito menos do que era esperado. A gente acabou se encontrando com uma empresa muito maior do que o crescimento daquele ano necessitava. Nossos custos comparados com as nossas receitas ficaram cada vez maiores, fizemos uma reestruturação interna, demitimos algumas pessoas e cortamos alguns custos para conseguir readequar a empresa para o nível de crescimento que tinha visto no passado”, explica.

Em 2013, ainda buscando inovações para atrair de novo o consumidor, a empresa se desfez da divisão de delivery, que tinha sido estruturada sobre o modelo da startup O Entregador. Para o mercado, foi uma forma de capitalizar o negócio. “A gente acreditava que poderia ser mais uma linha de negócio, mas o que a gente viu é que o crescimento desse modelo de delivery era muito abaixo do que o esperado. É um mercado interessante no longo prazo, mas vai demorar muitos anos para vingar no Brasil”, explica Vasconcellos. A venda para o Hellofood teria servido para “gerar mais foco no nosso core business, que é a venda de cupons”, indica.

2014

Depois desse período de desaceleração, o Peixe Urbano já volta a falar em crescimento. “A gente já está vendo o mercado crescer de novo, o consumidor tem voltado, essas mudanças têm aumentado o nível de qualidade e isso reconquista os consumidores. A gente já está há um bom tempo gerando lucros e conseguindo crescer de novo. Para 2014, a expectativa é crescer 30%, mais por conta dos smartphones”, afirma.

Hoje, os usuários podem comprar e usar os cupons direto na tela do celular. “Para mobile, a gente tem uma equipe de desenvolvimento de software muito boa, e lança versões novas do app quase que semanalmente”, diz. Sobre as expectativas de uma maré mais calma em 2014, Vasconcellos diz que a possibilidade de calmaria é pequena. “Eu não sei quais vão ser as principais mudanças, mas a gente não pode ficar parado e tem que continuar inovando e evoluindo. Eu acho que no final de 2014 o site não vai ter a cara que tem hoje, e vamos continuar inovando conforme a necessidade dos clientes”, diz.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Os jogos servem para treinar, recrutar, fazer marketing...

Quatro empreendedores contam como usam jogos de tabuleiro e de computador para treinamentos, contratações, ações de marketing e processos internos

O empreendedor Sergio Tadeu Ribeiro e o diretor Nilson Cortez Junior, da Strong
Fabiano Accorsi
Existe chance de alguém aprender alguma coisa, numa sala escurinha, ouvindo blá-blá-blá de um sujeito passando intermináveis telas de PowerPoint? E de chamar a atenção de um cliente com panfetos colados no muro?

Os quatro empreendedores desta reportagem acham tudo isso muito tedioso. Eles descobriram os games como uma poderosa ferramenta para melhorar aspectos fundamentais de seus negócios. A seguir, os empreendedores contam como usaram os jogos para treinar e recrutar profissionais, melhorar os processos internos e fazer ações de marketing.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bitcoin continua se valorizando em ritmo impressionante

Em três semanas desde o fechamento da loja online ilegal Silk Road, a cotação da bitcoin já subiu 45%

A moeda virtual Bitcoin
Flickr.com/zcopley
Três semanas depois do fechamento da loja online ilegal Silk Road pelo FBI, a bitcoin não só recuperou seu valor como continuou sua impressionante trajetória de alta. 

A Silk Road vendia drogas e outros artigos ilegais. A bitcoin, por proporcionar anonimato, era o meio de pagamento usado nela. Até onde se sabe, era o lugar que recebia o maior volume de pagamentos nessa moeda. 

Quando a loja foi fechada, a cotação caiu, o que era previsível. Na Mt. Gox, a mais conhecida casa de câmbio de bitcoins, a moeda chegou a ser negociada por 123 dólares, 15% menos que os 145 dólares que ela havia atingido poucos dias antes. 

Mas a crise durou apenas três dias. Em 3 de outubro, a bitcoin retomou sua trajetória de alta, que se acelerou nesta última semana. Nesta terça-feira, ela chegou a ser negociada a 205 dólares na Mt. Gox, 45% mais que o valor atingido antes do fechamento da Silk Road.

O fechamento da Silk Road não abalou a bitcoin por dois motivos. Primeiro, outras lojas ilegais vêm atraindo os antigos clientes da Silk Road. As duas mais conhecidas são a Sheep Marketplace e a BlackMarket Reloaded. 

Ambas vendem drogas, armas e outros artigos ilegais que eram oferecidos na Silk Road. Esse comércio eletrônico funciona na web oculta, fora do alcance do Google e dos browsers comuns. Para chegar às lojas, usa-se o Tor, um sistema que permite a navegação anônima no submundo da internet.

O segundo motivo por que a bitcoin continua forte é que o volume maior dessa moeda está nas mãos de especuladores que jamais fizeram uma compra na Silk Road.

No momento, eles estão lucrando muito. É difícil pensar em outro investimento que tenha rendido tanto em tão pouco tempo (os irmãos Winklevoss, conhecidos por sua participação no nascimento do Facebook, podem comemorar).

As emissões de bitcoins são limitadas pelo algoritmo matemático que define a moeda. Não há como exceder o limite imposto pelo algoritmo. Como o uso da moeda e sua compra por investidores crescem, ela se valoriza. 

Podemos imaginar alguns cenários em que a cotação da bitcoin cairia, talvez de forma definitiva. Isso poderia acontecer se surgisse um meio alternativo de pagamento capaz de substituí-la com alguma vantagem prática.

A bitcoin também poderia se enfraquecer se muitos governos decidissem proibi-la e combater seu uso. Mas, por enquanto, nenhum desses cenários é real. Então, até que alguma coisa mude, a bitcoin segue em alta.


Zuckerberg e Kutcher investem em startup de educação

A startup norte-americana Panorama Education recebeu uma rodada de investimento no valor de 4 milhões de dólares

Mark Zuckerberg , do Facebook
David Paul Morris/Bloomberg
A startup norte-americana Panorama Education recebeu hoje um investimento de 4 milhões de dólares de um grupo de investidores, entre eles, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, por meio da sua fundação Startup:Education.

A SoftTechVC, Google Ventures, a Universidade de Yale e a A-Grade Investments, do ator Ashton Kutcher, também participaram do aporte.

A startup é especializada na administração de pesquisas de qualidade sobre escolas de ensino médio e fundamental. Os dados coletados ajudam professores e diretores a melhorar o sistema educacional. 

Fundada em 2010, pelos empreendedores Aaron Feuer, David Carel e Xan Tanner, a sede da empresa fica em Boston, nos Estados Unidos.

De acordo com matéria do site TechCrunch, a startup conta com cerca de 4 mil escolas e pretende expandir para outros países.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

7 erros que matam seu poder de inovação

Ter aversão ao erro e pensar que sabe tudo são dois equívocos que minam a capacidade de inovar em muitos profissionais, segundo especialistas.

lâmpada queimando papel
MorgueFile
Em uma época de mudanças rápidas, o sucesso das empresas depende muito da sua capacidade de inovar. E, no centro da inovação, estão as pessoas -  já que é delas esta habilidade, diz Valter Pieracciani, sócio fundador da Pieracciani, consultoria em inovação e gestão do conhecimento.
De acordo com ele, além das pessoas, ambiente e reconhecimento também são as chaves do poder de inovação. E é também por isso que os erros que tolhem esta capacidade  - tão necessária nos dias de hoje - envolvem estas três dimensões.
Algumas lições do século passado ainda estão muito vivas e os profissionais precisam mudar estes paradigmas”, diz Pieracciani. São estes velhos conceitos ainda tão presentes, os responsáveis pelos  erros que aniquilam a  face inovadora de qualquer um. Confira setes deles, citados pelos especialistas:
1 Aversão ao erro
Errar, jamais! Esta máxima é capaz de acabar com o poder de inovação de uma pessoa, e também de uma empresa inteira.
De acordo com Pieracciani. “Ainda predominam a aversão o erro e a atitude de esconder os erros que aparecem quando na verdade errar é aprender”, diz o especialista.

As pessoas inovadoras não têm medo de errar e não são vítimas da autoproteção da sua imagem, o que as impediria de arriscar imaginar novas alternativas dentro do ambiente de trabalho, segundo Yoshimiti Matsusaki, diretor da Finnet, empresa de tecnologia.
2 Pensar que já sabe tudo
“O mundo muda rapidamente e novidades são lançadas o tempo todo. As pessoas precisam ter a humildade de se sentirem ignorantes”, diz Pieracciani.
“Eu sei o que estou fazendo”, “sempre fiz assim”, “o cliente não sabe nada, quem sabe o que é melhor sou eu”. Estas três frases são grandes vilãs para a capacidade de inovação de um profissional, segundo o especialista.
3 Colocar fronteiras na atuação
A baia em que você trabalha é a primeira fronteira que aparece durante o seu expediente. Restringir-se às funções, e não “olhar” para o lado é um erro frequente que limita, e muito, a presença da inovação no seu dia a dia. 
O mesmo vale para departamentos e, no limite, para a empresa. “Não somos nós que cuidamos disso”, “A minha parte eu fiz”, são alguns dos exemplos das barreiras que muitos profissionais insistem em colocar no que diz respeito aos limites da atuação, segundo Pieracciani.
4 Não estimular os sentidos, sonhos, capacidade de arriscar e de transformar
Os grandes inovadores da História têm, em comum, segundo Pieracciani, quatro características em comum. A primeira delas é a capacidade de sentir, de perceber. “É usar todos os sentidos para perceber as situações de forma diferente”, explica Pieracciani.
A segunda característica marcante em inovadores é a habilidade de sonhar, de imaginar novas alternativas, de desafiar o convencional, de ir além. A terceira é a capacidade de acreditar, de arriscar, em suma, de tentar inovar. E, por fim, o quarto aspecto comum às pessoas com alto poder de inovação é a capacidade de transformar. “Transformar a si próprio e ao ambiente”, explica Pieracciani.
Portanto, não dar valor e, muito menos, estímulos ao desenvolvimento dessas habilidades, enfraquece a capacidade de inovação de muita gente. “Todos nós temos essas capacidades e é isso que nos diferencia dos outros animais”, diz Pieracciani. O que falta é o estímulo.
5 Confundir inovação com tecnologia
“Esta é uma armadilha em que muitas pessoas caem a respeito do que é inovar. Vejo pessoas entendendo como inovação a busca de um novo patamar tecnológico”, diz Matsusaki.
Ao condicionar a inovação a um salto tecnológico, o risco é continuar fazendo as mesmas coisas só que usando uma tecnologia nova, explica o especialista.
“Ao criar um novo produto ou serviço usando os recursos disponíveis é que está a grande inovação”, explica o diretor da Finnet. 
Ele cita táxis compartilhados no Chile como exemplo de inovação sem adoção de tecnologia de ponta. “É um conceito interessante de inovação no plano de serviço. Lá as pessoas com o mesmo destino dividem táxis, o que gera uma grande redução de custo.”, explica.

6 Ficar engessado em meio à rigidez dos processos
Quer inovar? Não fique tão refém de uma rotina abarrotada de rígidos processos e métodos. Organizar-se em processos e métodos com o intuito de maximizar o desempenho pode tolher a liberdade necessária para o surgimento da inovação. 
“Ás vezes esses processos se transformam em amarras, e a pessoa não percebe o quanto está presa à rotina que criou”, explica Matsusaki.
7 Trabalhar para uma empresa que não estimula a inovação
De um ambiente de trabalho em que conhecimento, flexibilidade, comunicação e experimentação não sejam valorizados, dificilmente, despontarão inovações. 
“As empresas inovadoras colocam as pessoas em primeiro lugar”, lembra Pieracciani. Acreditar em novas ideias e negócios e ter o compromisso com a constante mudança são características comuns à cultura de empresas que estimulam a inovação. “Tome o exemplo do Google, que é uma empresa em constante metamorfose”, diz o especialista.
Portanto, trabalhar para uma organização que não dê importância a estes aspectos pode, sim, acabar com o seu poder de inovar.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

5 sinais de que você não é um empreendedor produtivo

Para aumentar a produtividade, empreendedores e pequenos empresários precisam classificar quais são as demandas urgentes e quais são as importantes


pilha papeis mulher
Stock.xchng
Para ser um empreendedor de sucesso é preciso ter uma rotina definida e muita disciplina. “A produtividade do empreendedor está relacionada com o resultado”, afirma Tomás Duarte, vice-presidente da Associação Brasileira de Startup e cofundador e CEO da Tracksale. Para ele, o importante é ter consciência de que ser uma pessoa produtiva não é trabalhar muito. 
Para Eduardo Migliano, gerente de Produtos do 99jobs.com, a produtividade de um empreendedor ou dono de uma pequena empresa tem relação direta com a sua equipe. “Delegar tarefas é essencial para que você possa ter uma produtividade melhor”, afirma. Abaixo, veja os principais sinais de que você não é uma pessoa produtiva.
1. A procrastinação é frequente
Redes sociais, aplicativos nos smartphones, há varias maneiras de se distrair enquanto há trabalho para ser feito. Procrastinar é um dos principais inimigos da produtividade.
Duarte explica que existem softwares e programas que podem ajudar aqueles que procrastinam além da conta. “Principalmente para pessoas que trabalham com tablets, computadores e smartphones, o DeskTime, por exemplo, ajuda a decodificar a sua produtividade”, conta. 
2. Os resultados não aparecem
As metas que você estabelece não são cumpridas e o lucro da empresa não aumenta? “Você começa a perceber que não é produtivo, quando você entra em um ciclo de fracassos”, diz Duarte.
Para ele, é importante que o empreendedor ou pequeno empresário perceba que trabalhar muito não quer dizer que ele tem uma rotina produtiva. Às vezes, os resultados dependem mais de estratégia e foco.
3. Não trabalha em equipe
No começo de um negócio, é frequente que o empreendedor trabalhe além do expediente e centralize algumas ações. “Mas, não significa que você tenha que levar todo o trabalho para casa ou ficar no escritório até mais tarde”, afirma Migliano.
Por isso, delegar tarefas para a sua equipe pode ajudar na administração do negócio e permitir que o pequeno empresário dedique mais tempo para decisões estratégicas.
4. Falta de planejamento
Seja na vida pessoal ou profissional, o planejamento é necessário para que a gestão das tarefas seja eficiente. “Não dá para chegar no dia e pensar: ‘o que vou fazer hoje’”, afirma Duarte. 
Por isso, ter um check-list diário pode auxiliar no cumprimento de prazos e processos da sua empresa. Entretanto, Migliano recomenda que o empreendedor não faça listas muito longas. “Caso contrario você pode se sentir desestimulado para realizar as tarefas”, diz. 
5. Não sabe priorizar as demandas
O que é urgente e o que é importante? Saber classificar as demandas é essencial para quem tem muitas responsabilidades. “As urgentes são aquelas que não podem ser adiadas. Classifique quais são as suas tarefas importantes e as da sua equipe”, recomenda Duarte.
Para Migliano, é muito fácil se perder em inúmeras reuniões ao longo do dia. No fim, elas acabam com a sua produtividade no trabalho. Nesses casos, o ideal é determinar um horário para que a reunião termine. 

Itaú libera R$ 5,2 bi para pequena e média empresas

A liberação dos recursos tem como objetivo, conforme o banco, atender ao aumento de demanda característico no final do ano por parte deste público

Itau Unibanco, na Paulista
Wikimedia Commons
O Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira, 15, a abertura de uma linha de crédito de R$ 5,2 bilhões para a pequena e média empresa (PME), segundo comunicado obtido pelo Broadcast. A liberação dos recursos tem como objetivo, conforme o banco, atender ao aumento de demanda característico no final do ano por parte deste público.

O montante a ser liberado pelo Itaú está disponível em limites pré-aprovados para capital de giro, que possibilita aos clientes fazerem frente a desembolsos tradicionais nesse período, como pagamento de 13º salário, mão de obra extra.

Os contratantes da linha anunciada hoje terão até 60 dias para pagamento da primeira parcela e até 48 meses para quitação do empréstimo. O Itaú destaca, contudo, que as condições variam conforme as garantias e características de cada negócio.

"O aumento da demanda por crédito no quarto trimestre é uma característica das PMEs por serem empresas mais suscetíveis às sazonalidades de mercado. E, por geralmente possuírem uma estrutura bastante enxuta, esses grupos tendem a procurar linhas mais rápidas e de contratação simplificada", diz Carlos Eduardo Maccariello, Diretor de Produtos Empresas do Itaú Unibanco, em nota ao Broadcast.

Além do Itaú, outros bancos também estão abrindo linhas de crédito destinadas às PMEs no segundo semestre dê olho no aumento da demanda por parte deste público. No mês passado, Bradesco e Santander fizeram o mesmo. O Bradesco abriu duas linhas de crédito num valor total de R$ 3 bilhões, com taxa mínima cobrada é de 1,78% ao mês e o limite máximo de operação é de R$ 100 mil.

Já o Santander informou que pretende disponibilizar R$ 2 bilhões para apoiar pequenas e médias empresas no pagamento do 13% salário. As taxas líquidas cobradas nessa linha partem de 1,07% ao mês.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Traição e brigas marcaram a criação do Twitter, revela livro

Jack Dorsey, fundador do Twitter, traiu seu sócio Noah Glass e depois foi posto para fora por Evan Williams, outro sócio, relata Nick Bilton, do New York Times

Jack Dorsey fala no evento TechCrunch Disrupt SF 2012
C. Flanigan / Getty Images
Um novo livro do jornalista Nick Bilton, do New York Times, traz revelações inéditas sobre os primórdios do Twitter. Bilton conta, por exemplo, que Jack Dorsey, fundador do Twitter, traiu seu sócio Noah Glass e depois foi posto para fora por Evan Williams, outro sócio. 

O livro, chamado “Hatching Twitter: A True Story of Money, Power, Friendship, and Betrayal” (“Criando o Twitter: uma história real de dinheiro, poder, amizade e traição”, em tradução livre) começa a ser vendido nos Estados Unidos em 5 de novembro.

Um resumo do livro foi publicado pela New York Times Magazine. Bilton traça a trajetória do Twitter desde seu início em 2006. A empresa foi fundada por quatro empreendedores: Jack Dorsey, Noah Glass, Evan Williams e Biz Stone. 

Glass, que Bilton descreve como um nerd tímido mas energético, já havia fundado antes a Odeo, startup que estava em sérias dificuldades na época. Dorsey trabalhava nela. Willians tinha criado o Blogger e ficado milionário com a venda do site para o Google. Foi ele quem financiou o Twitter em seu primeiro ano.

Dorsey requisita para si a ideia original do Twitter. Ele conta que estava reunido com os colegas numa praça em São Francisco, na Califórnia, comendo burritos. Sentou-se no escorregador de um parquinho infantil e começou a descrever o projeto. 

Mas Bilton diz que essa é só a história oficial; não a verdadeira. Segundo ele, a ideia não foi só de Dorsey e nem nasceu num parquinho infantil.

Noah Glass teve papel fundamental na fundação da rede social. Mas, depois, foi afastado da empresa por Dorsey, que também o apagou da história da empresa num gesto de estalinismo corporativo. 

O retrato de Dorsey feito por Bilton é inclemente. Ele diz que, durante anos, Dorsey se dividiu entre o empreendedorismo e sua atividade paralela como estilista de moda. Em 2006, chegou a dizer a Glass que largaria a área de tecnologia para se dedicar à moda.

Quando se tornou CEO do Twitter, Dorsey foi, muitas vezes, mais um estorvo que um líder. Pessoas que trabalharam com ele dizem que ele não tinha planos consistentes para a empresa. O Twitter falhava o tempo todo, exibindo aos usuários a famosa baleia apelidada “fail whale”. E ele parecia incapaz de apresentar soluções.

Além disso, era comum Dorsey sair da empresa e momentos críticos para ir a aulas de desenho, ioga ou moda. Em 2008, Williams deu um ultimato a ele: “Você pode ser um estilista ou o CEO do Twitter. Mas não pode ser as duas coisas”, disse.

Williams acabou forçando a saída de Dorsey da empresa. Ao sair, o fundador levou ações, 200 mil dólares em dinheiro e a promessa de que ninguém saberia que fora demitido.

Dorsey ainda considerou ir para o principal rival do Twitter, o Facebook. A possibilidade foi negociada com Mark Zuckerberg. Na verdade, diz Bilton, Zuckerberg queria comprar o Twitter. Microsoft e Google também tentaram comprar a empresa, que permaneceu independente.

Dorsey, diz Bilton, passou a construir um mito em torno de si. Reivindicava todo o crédito pela fundação da empresa. Ele nunca mencionava que o nome Twitter (originalmente “twttr”), por exemplo, fora ideia de Glass. 

Dorsey acabou voltando à empresa em 2011 como chairman executivo. Bilton diz que ele deve ganhar 500 milhões de dólares com o IPO, marcado para 15 de novembro. Já Noah Glass não receberá um único centavo.

Haddad quer colocar secretários para ir trabalhar de ônibus

Prefeito de SP acredita que governo deve dar exemplo e estuda obrigar secretários a irem trabalhar de ônibus, segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo

O prefeito Fernando Haddad desembarca de ônibus utilizado para vistoria técnica de faixas exclusivas em São Paulo
Fábio Arantes/Prefeitura de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, estuda colocar todos os seus secretários para irem trabalhar de ônibus, como faz ele próprio de vez em quando. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

A visão do prefeito é de que a cidade passa hoje por uma campanha para que as pessoas troquem o conforto do carro pelo transporte público, e que a equipe que dirige o município deveria dar o exemplo.

A decisão ainda não estaria tomada, segundo a coluna, porque traria dificuldade para os secretários. Se virar realidade, seria determinada por um decreto. Resta saber se tal medida seria considerada legal pela justiça, caso alguém a conteste.

A questão surge num momento em que políticos de São Paulo vivem verdadeiros arroubos de vontade de utilizar o transporte público.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin se comprometeu a andar de metrô ou trem nesta semana para ir ao Palácio dos Bandeirantes. Os dois sistemas estão sob responsabilidade do governo estadual.

Há duas semanas, foi Fernando Haddad que, pela primeira vez, pegou um ônibus para ir de onde mora, no Paraíso, à Prefeitura, no Centro de São Paulo. O sistema de coletivos, claro, é de responsabilidade da administração muncipal. “Gostei muito”, disse ele na ocasião. 

O movimento politicamente calculado tem inspiração no exterior. O prefeito de Nova York, o bilionário Michael Bloomberg, por exemplo, é conhecido por usar o metrô para ir trabalhar.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

5 dicas para superar um fracasso e empreender novamente

Especialistas listam as recomendações para empreendedores que não tiveram sucesso no primeiro negócio


Homem triste com a cabeça baixa
Getty Images
Lidar com o fracasso de um negócio não é fácil, mas um empreendedor que acredita na sua ideia de negócio persistirá. “Só fracassa quem não aprendeu com os seus erros”, afirma Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper.
Para o consultor do Sebrae-SP, Davi Jerônimo, é importante o empresário avaliar se ele tem perfil mesmo para continuar empreendendo.
“É preciso continuar arriscando, o segundo negócio pode não dar certo também, mas não pode se prender e se limitar”, recomenda João Bonomo, professor de empreendedorismo do Ibmec/MG. Veja as recomendações dos especialistas para quem deseja abrir um novo negócio. 
1. Reflita
O sucesso ou o fracasso do primeiro negócio deve ser uma fonte de aprendizado para os empreendedores. “A primeira coisa que ele tem que fazer é uma reflexão e anotar o que ele errou ou o que poderia ter feito melhor. É preciso deixar anotado, para não cometer o erro duas vezes”, afirma Nakagawa. 
Para Bonomo, para aqueles que já pensam em abrir o segundo empreendimento, é preciso avaliar quais foram os aspectos críticos que levaram o negócio anterior ao fracasso. “Mesmo que o novo empreendimento seja em uma área que vocé não conheça”, diz.
2. Amplie o conhecimento
Aproveitar o momento para se capacitar pode ser uma maneira de buscar inspiração para o novo negócio. “As pessoas acham que já carregam uma bagagem muito boa. Pense na possibilidade de criar uma coisa nova e busque um fator que possa diferenciar seu empreendimento de todos os demais”, recomenda Bonomo.
Cursos podem ser uteis para ampliar o conhecimento que o empreendedor já tinha. “Hoje, tem cursos com novas abordagens, para fazer um plano de negócio, por exemplo”, afirma Nakagawa. 
3. Busque um mentor
O papel de um conselheiro é essencial para que o empreendedor aprenda com os erros cometidos. Pode ser um empreendedor com mais experiência ou alguém com quem você possa trocar experiências.
“Dúvidas e dilemas devem ser discutidos sempre que possível. Você precisa ter alguém para compartilhar e amadurecer como empresário, como administrador de empresas mesmo. Nem sempre as decisões são perfeitas”, afirma Nakagawa.
4. Aproveite o seu networking
A rede de relacionamentos que o empreendedor conseguiu construir pode ser valiosa quando ele for começar outro empreendimento. “Efetivamente, o relacionamento que ele conseguiu construir é muito mais importante do que o sucesso de um negócio”, acredita Bonomo.
Para Jerônimo, conversar com os fornecedores e parceiros antigos pode ajudar nessa nova etapa.
5. Controle suas emoções
Equilibre as emoções e continue empreendendo. “Não fique muito eufórico, seja receoso e vá com calma, mas não cometa os mesmos erros”, recomenda Bonomo. 
“Se errou na primeira vez e na segunda vez, é planejando bem cada passo que você irá diminuir os riscos”, afirma Jerônimo. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Israel ameaça Vale do Silício como paraíso das startups

Combinação entre investimentos do governo, pesquisas do exército e excelência universitária já faz da capital israelense 2ª cidade no mundo em número de startups

Homens olham para laptops
Getty Images
Reconhecida hoje como a nação startup, Israel tem mais empresas do tipo per capita do que qualquer outro país do mundo e já ameaça o reinado absoluto do Vale do Silício, nos Estados Unidos, como lugar preferido dos empreendedores da tecnologia.

Uma pesquisa da Startup Genome, empresa que rastreia essas empresas, colocou Tel Aviv como a segunda melhor cidade para as startups.

E não é sem motivos: a metrópole tem cerca de 4.800 destas empresas, mais que qualquer outro país fora os EUA, de acordo com dados da Israel Venture Capital Research Centre.

Tudo isso fez com que Israel chegasse ao posto de segundo país estrangeiro (atrás da China) com mais empresas listadas na Nasdaq, a bolsa de valores americana para empresas de tecnologia.

Nos últimos cinco anos, a cidade viu o surgimento de uma nova geração, colocando Tel Aviv de volta nos radares da indústria de tecnologia e investidores.

Pode-se dizer "de volta" porque, nos anos 1990, Israel viveu, junto com o mundo, o boom das empresas de tecnologia, e também sofreu quando a “bolha das pontocom” levou ao desaparecimento de grande parte delas. 

Agora, a cidade compete com outros centros de empreendedorismo como Moscou, Londres, Nova York e Berlim pelo posto de novo Vale do Silício.

Diferente

O que difere Tel Aviv de seus competidores globais, como aponta o jornalista britânico Monty Munford, especalista na cobertura de startups, é a energia que exala da cidade. “Todo mundo parece ser o fundador de um novo empreendimento e eventos de networking acontecem todos os dias”, diz ele no Mashable, após uma visita à capital israelense.

O empreendedor de Tel Aviv é, em geral, jovem e recém-saído do exército – no país, o serviço militar é obrigatório por 3 anos para os homens e por 2 para as mulheres.

A passagem pelas forças armadas é, inclusive, uma das maiores responsáveis pelo interesse pela tecnologia entre os jovens.

De acordo com uma reportagem da BBC, além das unidades militares regulares, os jovens também são designados para unidades de desenvolvimento de tecnologia, em que os recrutas são estimulados a desenvolver ideias inovadoras para as áreas de segurança da informação, criptografia, comunicações e guerra eletrônica. 

Quando voltam à realidade cotidiana, parece natural a usem a experiência adquirida para se lançar no mercado das startups. 

Além disso, Israel é um dos líderes mundiais em gastos do governo com pesquisa e desenvolvimento. É também sede para muitas escolas de engenharia de primeira classe, como a Universidade Hebraica de Israel, ou institutos, como o Tecnion.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Para Warren Buffett, crise foi um negócio de US$ 10 bilhões

Durante a crise financeira, o bilionário Warren Buffett lançou botes salva-vidas para várias empresas de primeira linha. Cinco anos depois, o retorno desses negócios está ficando claro: já são US$ 10 bilhões e o valor continua aumentando.

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Nati Harnik/Associated Press
Buffett se aproximou dessa quantia após receber mais uma grande bolada na semana passada, elevando para quase 40% o lucro antes dos impostos de seus investimentos feitos na época da crise, de acordo com uma análise do The Wall Street Journal.

A recompensa é uma ilustração vívida de uma das máximas favoritas de Buffett para os investimentos: "Seja medroso quando os outros são gananciosos, e seja ganancioso quando os outros estão com medo".

O retorno extraordinário mais recente para o bilionário de Omaha e seu conglomerado, a Berkshire Hathaway Inc., foi gerado quando a fabricante de doces Mars Inc. lhe devolveu US$ 4,4 bilhões que sua subsidiária a Wrigley tomou emprestado em 2008. Só esse pagamento deve gerar à Berkshire um lucro líquido de pelo menos US$ 680 milhões.

"Em termos de simples lucratividade, um investidor médio poderia ter se saído igualmente bem investindo no mercado de ações se tivesse comprado durante o período de pânico", disse Buffett em entrevista ao WSJ. Ele estava se referindo a um período de alguns meses, começando no terceiro trimestre de 2008, quando as ações de algumas de suas empresas favoritas, inclusive a Wells Fargo & Co. e a American Express Co., caíram para mínimos históricos. "As melhores compras são feitas quando a maioria esmagadora das pessoas está com medo."

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Mas poucos investidores, se é que houve algum, aproveitaram a crise tão habilmente como ele.

Numa comparação, o governo dos Estados Unidos investiu uns US$ 420 bilhões através de seu Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês). O governo também exigiu condições vantajosas e recebeu pagamentos consideráveis de dividendos, obtendo um retorno de uns US$ 50 bilhões, ou 12%, até o momento, segundo o site do Tesouro americano.

Buffett disse que espera usar o dinheiro para fazer em breve outros grandes investimentos que trarão rendimentos igualmente atraentes. A Berkshire vai continuar a comprar ações para engordar seu portfólio de mais de US$ 100 bilhões porque "ainda é melhor ter ações do que dinheiro", disse ele.

Começando com a Mars, em abril de 2008, quando os mercados de crédito iniciaram o aperto antes da crise financeira, algumas grandes empresas se voltaram para Buffett — e para as enormes reservas de caixa da Berkshire — como financiador de última instância. Além do capital necessário, as empresas adquiriram algo igualmente valioso: o aval implícito de Buffett para suas perspectivas de longo prazo. Em geral, as ações dessas empresas subiram após elas revelaram o envolvimento da Berkshire.

Em seis grandes negócios, a Berkshire investiu um total de uns US$ 26 bilhões. Buffett começou a fechar esses negócios nos primeiros dias da crise e continuou fazendo isso quando a recuperação já ia bem avançada. O último deles, em 2011, foi um empréstimo de US$ 5 bilhões para o Bank of America Corp.

Além da Mars e do Bank of America, a Berkshire fez investimentos no Goldman Sachs Group Inc., Swiss Re Ltd., Dow Chemical Co. e General Electric Co.

Vários negócios continuam a render dividendos robustos. A Berkshire também possui participações nessas empresas ou garantias para comprar suas ações que adicionam vários bilhões de dólares ao retorno sobre os investimentos da empresa, pelo menos no papel.

Embora a garantia de compra de ações de alguns destes negócios tenha vindo sem custos junto com a compra das ações preferenciais pela Berkshire, as normas contábeis exigem que a empresa divida os custos entre as ações e as garantias adquiridas. Isso significa que ela registra ganhos em seus livros contábeis de forma diferente da contabilidade tradicional de receitas e despesas, somando assim uns US$ 10 bilhões.

À medida que a economia se recupera, e com o crédito disponível a taxas mais atraentes, algumas das empresas optaram por reduzir a participação da Berkshire ou ajustar os termos de formas favoráveis para Buffett.

A Dow Chemical, que tomou emprestado US$ 3 bilhões da Berkshire para financiar a compra da Rohm & Haas, em 2009, afirmou que recomprar suas ações preferenciais é uma prioridade.

Também na semana passada, a Berkshire se tornou uma das maiores acionistas do Goldman, com uma participação de US$ 2,1 bilhões, após o fim de um acordo de cinco anos em que a Berkshire injetou US$ 5 bilhões no banco.

A Berkshire comprou 50.000 ações preferenciais do Goldman, que exigiam que o banco lhe pagasse US$ 500 milhões em dividendos anuais. Quando o Goldman resgatou as ações, em março de 2011, pagou à Berkshire US$ 500 milhões adicionais como prêmio.

O acordo original também deu à Berkshire garantias para comprar 43,5 milhões de ações ordinárias por US$ 5 bilhões, o que teria feito do conglomerado o maior acionista do Goldman. Em março, o banco alterou as condições para dar à Berkshire uma participação menor, sem que ela tivesse que gastar dinheiro extra.

A Berkshire ajudou a Mars a financiar sua aquisição da Wrigley por US$ 23 bilhões. Desde então a empresa tem procurado refinanciar parte da sua dívida para aproveitar os juros mais baixos e uma melhor classificação de crédito, disse um porta-voz.

A Berkshire contribuiu com US$ 6,5 bilhões, incluindo US$ 2,1 bilhões em ações preferenciais da Wrigley que pagam dividendos anuais. Mais tarde, a Berkshire também comprou mais US$ 1 bilhão em papéis de dívida da Wrigley. Até agora, o investimento deverá dar à Berkshire quase US$ 4 bilhões líquidos, incluindo dividendos anuais e um prêmio pelo pagamento antecipado, já que a dívida venceria em 2018.

A participação de Buffett no Bank of America pode render dinheiro por anos a fio. A Berkshire investiu US$ 5 bilhões no banco em 2011, o que lhe acrescenta uns US$ 300 milhões em receita anual antes dos impostos. O diretor-presidente do Bank of America, Brian Moynihan, disse recentemente que não pretende recomprar as ações preferenciais no futuro próximo. A Berkshire também tem prazo até 2021 para exercer sua garantia de compra de 700 milhões de ações ordinárias por mais US$ 5 bilhões, a US$ 7,14 por ação. Considerando que o preço atual das ações do banco é de uns US$ 14, essas garantias gerariam um lucro de quase US$ 5 bilhões nos livros contábeis.

Mas grandes aquisições, como a compra da operadora de ferrovias BNSF Railway Co., em 2010, por US$ 26 bilhões, ficaram mais difíceis de encontrar. Como os preços vêm subindo em paralelo com a recuperação econômica, Buffett já lamentou publicamente a escassez de ofertas transformadoras que permitiriam à Berkshire colocar parte do seu caixa para trabalhar.

Empreendedorismo ganha espaço nas universidades

Instituições de Ensino Superior se preparam para oferecer educação empreendedora em diversos cursos

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O ensino do empreendedorismo nas universidades brasileiras está aumentando. Em parceria com o Sebrae, a partir do próximo semestre instituições de Ensino Superior de 24 das 27 unidades da federação irão oferecer esse tipo de conteúdo a fim de desenvolver competências empreendedoras em quem está se preparando para entrar no mundo do trabalho. Esse é o resultado do edital que o Sebrae abriu para que faculdades de todo o país pudessem encaminhar propostas de ações conjuntas para o ensino do empreendedorismo.

“Queremos estimular o empreendedorismo no ensino formal. O mundo do trabalho exige hoje flexibilidade, capacidade de iniciativa e de adaptação a mudanças. E essas são características trabalhadas e desenvolvidas na educação empreendedora. É preciso preparar nossos alunos para serem bem-sucedidos em suas carreiras”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Foram aprovadas 95 das 122 propostas recebidas de instituições de Ensino Superior pelo Sebrae. Dentre as ações propostas, estão: participação das faculdades no Desafio Universitário Empreendedor - um conjunto de ações para estudantes que oferece, entre outras atividades, cursos e jogos eletrônicos; o Bota pra Fazer, uma metodologia de aplicação de planos de negócios em parceria com o Instituto Endeavor; a disciplina de empreendedorismo desenvolvida pelo Sebrae; além do apoio a publicações de pesquisas e teses e licenciamento de produtos da instituição.

O estado de Minas Gerais foi o que teve o maior número de propostas aprovadas: 21. Juntos, os estados da região Norte aprovaram 16, os da região Sul, 28, do Nordeste, 18, o Centro-Oeste, 5, e o Sudeste, 28. A lista completa das instituições que terão convênio com o Sebrae pode ser consultada na internet pelo endereço: http://www.parceriaies.sebrae.com.br.

O edital elaborado pelo Sebrae foi feito com base em 14 experiências de parceria de sucesso na área. A Universidade Federal de Itajubá (Unifei-MG) é uma delas. A instituição resolveu adotar o ensino de empreendedorismo em seus cursos desde 2010, oferecendo-o como pano de fundo de disciplinas ligadas à Engenharia, o que antes era exclusivo do curso de Administração de Empresas.

Em 2012, a instituição inaugurou um Centro de Empreendedorismo – espaço de 640 metros quadrados para que os alunos possam criar e desenvolver novos projetos. Em abril deste ano, a universidade lançou o projeto empreendedorismo 360º, uma série de ações como estímulo a pesquisas na área, estudo obrigatório de empreendedorismo e o treinamento de professores para aplicarem cursos oferecidos pelo Sebrae.

"Como engenheiro, tive muita dificuldade para lidar com grandes projetos logo que me formei. Não quero que meus alunos passem pela mesma situação", diz o diretor de Empreendedorismo da Unifei, Fábio Fowler. "Detalhes como lógica de mercado e funcionamento de leis são tópicos que poderiam ter sido apresentados a mim já na graduação e me ajudado no gerenciamento da empresa que tive. É parte do que tentamos ensinar aqui", acrescenta.

Segunda chance

Em Salvador (BA), o estudante do primeiro semestre de Jornalismo, Tassiro Leal, de 56 anos, está entusiasmado com a nova disciplina. Ele, que já foi empresário do setor do turismo há seis anos, mas não prosperou por ineficiência, está vibrando por ter a oportunidade de aprender a não cometer os mesmos erros no futuro. 

“O jornalista deve entender que ele não é só microfone e caneta. Tem que ter também conhecimento do mundo dos negócios. O país mudou. O mundo mudou”, acredita. “Essa aula de empreendedorismo é maravilhosa. Antes, 90% dos alunos não entendiam a razão de ter essa disciplina no curso de Jornalismo. Hoje, 100% dos alunos são a favor”, conta.

A Faculdade Social da Bahia, onde estuda Tassiro, resolveu incluir este ano, após convênio com o Sebrae, a disciplina de empreendedorismo no currículo dos cursos de Administração, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. O coordenador do curso de Administração de Empresas, Paulo Cardoso, explica que a metodologia aplicada é inovadora porque é baseada na vivência, ou seja, focada na atitude dos alunos. Paulo afirma que os estudantes respondem questionários, revelando suas características empreendedoras. “A partir daí, traçamos planos de ações que serão trabalhados por eles. A receptividade tem sido excelente”, destaca o professor.

Geovane Serafim do Rego, 28 anos, é estudante do nono semestre de Engenharia Civil na Universidade de Brasília (UnB) e nunca tinha pensado em ter uma empresa até cursar a disciplina optativa Introdução à Atividade Empresarial. Agora, ele sonha em abrir um negócio do ramo da construção civil, assim que se formar. “Preciso me capitalizar primeiro. Mas, descobri que tenho perfil empreendedor. E vou investir nisso, com determinação”, afirma.

O professor da UnB Leonardo Arêas, 39 anos, defende a disciplina do empreendedorismo dentro das salas de aula. Para ele, o tema tem de estar inserido desde a educação infantil. “Na minha opinião, empreendedorismo, inovação, ciência e tecnologia são mecanismos de desenvolvimento econômico de qualquer nação. Trata-se de iniciar e constituir mudanças na estrutura de seus negócios e da sociedade”, destaca. Hoje, cerca de 500 alunos cursam empreendedorismo na UnB e Arêas estima que haja uma fila de espera de mais 200 interessados em saber mais sobre o tema.