segunda-feira, 29 de julho de 2013

Trabalho é a tarefa, não o local, diz livro de home office

Obra traz dicas sobre como ser tão produtivo em casa, quanto se você estivesse na sede de sua empresa

André e Marina Brik, autores do livro "Trabalho Portátil – Produtividade, economia e qualidade de vida no home office das empresas"
Alessandra Okazaki/Divulgação

Em 2003 André Brik deixou o emprego em uma agência de publicidade e, para manter a renda, começou a trabalhar de casa.  A partir daí, o que era para ser provisório virou rotina. “Percebi que para os clientes não fazia diferença se eu estava em casa ou no escritório, porque o trabalho era entregue com qualidade. E também eu tinha uma economia que era até mesmo repassada para os meus preços”, conta.
Brik começou a pesquisar sobre home office na internet, mas não encontrou muita coisa. Comprou então vários livros estrangeiros sobre o assunto, traduziu e sintetizou o conteúdo e estabeleceu a Brik mkt+design, uma empresa que hoje atende o Brasil inteiro, a partir de seu home office. 
Em 2006, sua esposa, a jornalista Marina Brik, percebeu que o negócio estava dando certo e decidiu também trabalhar de casa. Foi aí que ela fundou a agência de comunicação institucional Jornalismo Corporativo e, junto com o marido, criou o portal GoHome, que reúne informações, dados e depoimentos sobre home office.  No próximo dia 15, o casal lança o livro Trabalho Portátil - Produtividade, economia e qualidade de vida no home office da empresa. 
A obra é a segunda do casal. Em 2011 André e Marina escreveram “As 100 dicas do home office: um guia básico para montar o seu escritório em casa”. “Percebemos que muita gente nos procurava para pedir informações que já estavam no GoHome, então compilamos tudo no livro”, diz Brik.  
Trabalho portátil é fruto do instituto homônimo, que presta consultorias sobre home office, criado em 2013. A obra esclarece desafios e reúne dicas de como oferecer o benefício nas empresas e aponta qual o perfil de um colaborador propenso a trabalhar melhor sem sair de casa e como os gestores podem identificá-lo. 
Sem o chefe mandar
“Para dar resultado, é preciso selecionar as pessoas certas para as atividades adequadas. A pessoa que vai trabalhar em casa deve ser disciplinada, organizada, não ser movida a chefe. O home office não é pra todo mundo. Cerca de 20% das pessoas voltam para o escritório seis meses depois de abandoná-lo”, conta André Brik.
De acordo com uma pesquisa do instituto canadense Ekos, citada no livro, a opção de trabalhar em casa tem 33% mais força na hora de atrair ou reter um talento, do que um aumento na remuneração. As vantagens são várias: qualidade de vida, mais tempo para passar com a família, possibilidade de resolver problemas só solucionáveis em horário comercial, menos tempo no trânsito e até diminuição da poluição. Apesar disso, nem tudo é positivo no home office – basta lembrar o caso do Yahoo!, que recentemente decidiu cortar o benefício e mandar todos os funcionários de volta  aos escritórios. 
“O gestor precisa ter uma comunicação direta e sistemática para conseguir alinhar os projetos sem aquele momento em que ele esbarra no colaborador no cafezinho e complementa uma ideia. É também necessário haver reuniões presenciar pelo menos a cada 15 dias”, afirma André.
REPRODUÇÃO
A ideia central do livro é: “trabalho é algo que se faz e não um lugar para onde se vai”. “É preciso haver uma quebra de paradigma. Home office não é mais uma questão de tendência, mas sim uma necessidade para empresas de qualquer porte”, ressalta Marina Brik. 
A introdução de “Trabalho portátil” foi escrita pelo sociólogo e escritor italiano Domenico de Masi, autor dos livros “O ócio criativo” e “O futuro do Trabalho”, que também assina um anexo da obra. 
O lançamento será no dia de 15 de agosto, às 20h, pela internet “para mostrar que as coisas podem ser feitas remotamente”, diz André Brik. Haverá um bate-papo ao vivo com os autores, direto de Curitiba. 

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